Congresso
Pelos caminhos de Portugal, lá fui em romaria a Santarém, participar no Congresso do PS. Ir a Santarém é sempre um prazer, considerado o desprazer dos dias e noites em que por ali me esfolei, rastejei e arrastei na recruta do serviço miltar obrigatório (ainda sou desse tempo, vejam lá). O prazer dos espaços, das cores, das comidas, das estórias, das belas fatias de portugalidade, que dali se podem entrever.
O Congresso foi uma estopada, diria o Eça. Uma sala quadrada, em forma de ringue de boxe, sem pugislistas (por falta de comparência e receio de KO?), forrada a preto por fora e amarelo por dentro, com uma entrada de 2 metros, em túnel quadrado. Tudo devidamente encaixilhado num pavilhão enorme, capaz de albergar um espaço bem maior.
Ironicamente, o espaço interior era diminuto para os mil e tal acotovelados nas improvisadas trincheiras do trabalho congressista. Dimensionaram o espaço à medida das ópticas televisivas, dos ecrãs e da imagem, sem espaço para as pessoas, as palavras e o debate congressista.
Foi um congresso do líder com o país, mediado pelas TV's, com mil e tal figurantes que a ambos aplaudiram convictamente.
(Lisboa)
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