segunda-feira, outubro 09, 2006

Armas em segurança

Um dirigente sindical da GNR (Guarda Nacional Republicana), a propósito de tiros disparados contra civis por agentes em serviço, referiu que os agentes "não têm a formação necessária nem suficiente" para tal.
Pouco interessa se a formação devida e exigível seja "a necessária" ou "a suficiente". A gravidade destas afirmações supera qualquer apreciação. É inaceitável que se entregue nas mãos de alguém uma arma pronta a disparar, sob as vestes de autoridade pública (license to kill, para todos os efeitos), a quem não é dada a formação necessária, toda ela, para o poder fazer, para ter que o fazer - pois quem recebe nas mãos uma arma de fogo com munições reais, deve saber que pode ter que o fazer e não pode nem deve ter dúvidas sobre isso. Se tiver dúvidas, é melhor não tocar na arma.
Falta saber se isto é mesmo assim ou se é irresponsabilidade ou má expressão de quem profere este tipo de declarações. O que também não pode passar ligeiro sobre todos nós.
(Santa Luzia)

1 Comments:

At 4:18 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Nesta interminável estrutura burocrática que usualmente se designa de nação, quando algo corre mal, haverá sempre uma desresponsabilização em massa. Num passe de mágica, no qual somos tão hábeis, eis que o poder se dissolve na difusa repartição de competências entre pessoas que, afinal, até nem são bem competentes. Já é algo de muito semelhante a uma tradição. E que não se peçam contas, nem explicações, porque errar é humano. Mais humano ainda se estivermos na presença da autoridade. Porque, na perfeita democracia de iguais de que nos valemos, ainda há uns que são mais iguais que outros.

 

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