Sabe-se lá até onde...?
Há 8 anos atrás (a memória é uma coisa linda, mas tramada), os portugueses pronunciaram-se sobre a criação das regiões administrativas, através de referendo nacional. Pouco mais de 1/3 votaram a favor e os restantes votaram contra.
Hoje, são vários os estudos que demonstram que o país está cada vez mais unido na desgraça e cada vez mais solidário, nos seus desiquilíbrios. Exemplos, são os estudos recentes que indicam que Lisboa e Vale do Tejo foi a região mais beneficiada com as SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador), pagas pelo orçamento de todos nós, como outro estudo, segundo o qual ficamos a saber que o número de funcionários públicos tem crescido em Portugal à custa do aumento de funcionários do Estado na região de Lisboa. Ora, considerando que o número de funcionários tende a exprimir o grau de execução de políticas, podemos concluir que para Lisboa têm sido transferidas cada vez mais funções e encargos, assistindo o resto do país a uma diminuição progressiva das funções e prestações da parte do Estado.
Defendi em 1998 a regionalização. Participei na campanha do referendo, votei, escrevi artigos, promovi sessões de esclarecimento, distribuí panfletos. Vi outros a fazerem o mesmo, na defesa da opinião contrária. Todos com respeito. Todos queriamos um Portugal mais unido e mais desenvolvido, com menos assimetrias e mais coesão. Mas quisemos vias diferentes.
Lembro também todos aqueles que garantiam que "este é o caminho" ou outros que diziam, "queremos regionalização, mas OUTRA regionalização". Não esquecerei muitos que disseram aos portugueses, "votem Não a esta, que amanhã vamos preparar outra proposta de regiões...".
Onde está toda esta gente? Onde estão e onde está a consciência dos mais de 60% de inteligentes e sensatos portugueses que disseram "Não", para garantir um caminho que nos levou até onde sabemos e que nos levará sabe-se lá até onde...?
(Oliveira de Azeméis)
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