Dinheiro-a-seco
Caminham, cada vez mais tarde, ao longo das ruas direitas das cidades. Ao almoço, estugam mais o passo. À tarde vão zonzos. Gingões. Gravatas desalinhadas, nós ao lado. Para o mesmo lado.
Saídos dos bancos, compram e vendem dinheiro, promessas, esperanças, desventuras, poucas aventuras, mas muito risco. Como toda a gente, menos a deles. Lá vão, casacos sobre os ombros, mãos nos bolsos. Vazios. No servidor, titulado, deixaram já o dinheiro abandonado. É tão feio como não é bonito rimar na prosa!
(Oliveira de Azeméis)
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