Em fim.
Domingo, 11 de Fevereiro, passado, foi um dia feliz para as mulheres de Portugal. A maioria votou SIM no referendo. Ainda há esperança para este país.
Fica agora o peso da triste memória do desgosto, mágoa, morte, amargura, doença e sofrimento que milhares de pessoas sofreram, durante todo este tempo, em nome da defesa de uma causa inútil, que apenas serviu para criar dor e humilhação.
Mas é também um dia especial para a democracia. Embora não sendo juridicamente vinculativo - politicamente, não restam dúvidas sobre tal vinculatividade -, este referendo consagra a primeira situação em que, de forma próxima, os portugueses directamente quiser fazer lei. Pela primeira vez, uma alteração da lei (neste caso, do Código Penal), será feita directamente pela vontade popular, sem mediação da democracia representativa.
Atingimos a maioridade própria da democracia participativa. Só foi pena que muitos portugueses não tenham usado a oportunidade de partilharem este momento. Mas, para quem gosta tanto de se queixar, não há que ter pena.
(Oliveira de Azeméis)
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