terça-feira, fevereiro 27, 2007

Constância

Tomo consciência de que a "regularização do trânsito intestinal" se tornou uma questão candente na sociedade portuguesa.
A avaliar pelas mensagens nacionais, publicidade, televisões, net, jornais, parece que não se fala noutra coisa, que não o trânsito intestinal. Ele são novos produtos, alimentos, serviços, descongestionantes, reguladores e facilitadores vários.
Presumo que a discussão possa ocupar tanto espaço no futuro como no passado nos ocupámos com o déficit. Será possível pôr fim a isto? É caso para dizer que também "há vida para além do trânsito intestinal".
(Almada)

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Mis(-)tas

Porque é que não há prisões mistas? Porque separam, por sexos, a malta presa. Homens de um lado. Mulheres no outro. E por aí fora. Incapacidade de gestão do circo e das feras? Ou, dos guardas prisionais?
(Oliveira de Azeméis)

Em fim.

Domingo, 11 de Fevereiro, passado, foi um dia feliz para as mulheres de Portugal. A maioria votou SIM no referendo. Ainda há esperança para este país.
Fica agora o peso da triste memória do desgosto, mágoa, morte, amargura, doença e sofrimento que milhares de pessoas sofreram, durante todo este tempo, em nome da defesa de uma causa inútil, que apenas serviu para criar dor e humilhação.
Mas é também um dia especial para a democracia. Embora não sendo juridicamente vinculativo - politicamente, não restam dúvidas sobre tal vinculatividade -, este referendo consagra a primeira situação em que, de forma próxima, os portugueses directamente quiser fazer lei. Pela primeira vez, uma alteração da lei (neste caso, do Código Penal), será feita directamente pela vontade popular, sem mediação da democracia representativa.
Atingimos a maioridade própria da democracia participativa. Só foi pena que muitos portugueses não tenham usado a oportunidade de partilharem este momento. Mas, para quem gosta tanto de se queixar, não há que ter pena.
(Oliveira de Azeméis)